IMAGEM: Samuel Beckett – Bridge At Sunset Dublin Ireland (Wikipedia)
A Irlanda, hoje um dos países mais prósperos da Europa, tem uma história marcada por uma tragédia sem precedentes. No século XIX, o país passou por uma das maiores crises humanitárias de sua história: a Grande Fome Irlandesa. O evento foi tão devastador que não apenas reduziu drasticamente sua população, mas também moldou profundamente a cultura, a economia e a identidade nacional.
No entanto, como você verá neste artigo, a Irlanda soube se reerguer, transformando-se em um dos destinos mais atraentes para investimentos no mundo. A abertura econômica e as políticas de incentivo ao mercado externo foram cruciais para esse salto histórico.
Você verá:
A Grande Fome na Irlanda: a tragédia que marcou uma nação
O legado da Grande Fome
O caminho para a recuperação: da Independência à abertura econômica
Abertura econômica e a transformação da Irlanda
Irlanda: um destino atrativo para estudantes e profissionais
Conclusão
A Grande Fome na Irlanda: a tragédia que marcou uma nação
IMAGEM: Olliebailie – Famine Memorial (Dublin) (Wikipedia)
Entre 1845 e 1849, a Irlanda enfrentou a pior crise alimentar de sua história. A causa imediata foi a praga da batata (Phytophthora infestans), um fungo que devastou plantações, privando a população de seu principal alimento e fonte de renda. A monocultura da batata dominava a agricultura irlandesa, tornando-a extremamente vulnerável a qualquer praga.
Entretanto, a fome não foi apenas uma catástrofe natural, ela foi amplificada por políticas econômicas e sociais desiguais impostas pelo Reino Unido. Grande parte das terras férteis pertencia a latifundiários ingleses, que exploravam a mão de obra irlandesa com baixos salários. Mesmo durante os anos de fome, a Irlanda continuou exportando cereais e gado para a Inglaterra, enquanto sua própria população morria de fome.
O impacto foi devastador. Estima-se que cerca de 2 milhão de irlandeses tenham morrido de fome e doenças relacionadas. Mais 2 milhões, aproximadamente, emigraram, principalmente para os Estados Unidos e Canadá. A população do país, que era de cerca de 8,5 milhões antes da crise, nunca mais se recuperou totalmente e permanece abaixo desse número até hoje. Hoje, nos EUA, mais de 40 milhões de pessoas afirmam descender diretamente de irlandeses.
O legado da Grande Fome
A desconfiança em relação à dominação inglesa fortaleceu o movimento republicano. Em 1921, os irlandeses proclamaram a independência unilateral, mas somente em 1921, após dois anos de confronto, os britânicos assinaram um tratado onde reconheciam a independência irlandesa.
No entanto, a fome deixou marcas profundas na cultura e no comportamento dos irlandeses. A solidariedade comunitária, por exemplo, tornou-se um valor fundamental — até hoje.
O Famine Memorial, localizado em Dublin, é um dos marcos mais simbólicos dessa tragédia. A cena triste feita em esculturas representa irlandeses famintos caminhando em direção ao porto de Dublin, simbolizando aqueles que partiram para fugir da miséria.
O caminho para a recuperação: da Independência à abertura econômica
A recuperação da Irlanda foi um processo longo e complexo. A independência da Irlanda não significou prosperidade imediata. Durante grande parte do século XX, a Irlanda manteve uma economia fechada e agrária, com forte intervenção estatal. A ausência de indústrias e a falta de investimentos estrangeiros resultaram em um crescimento econômico lento, levando muitos irlandeses a continuarem emigrando.
Foi apenas na década de 1990 que a Irlanda começou a transformar seu modelo econômico. O país adotou políticas de abertura ao mercado externo, atraindo grandes empresas multinacionais.
Dos movimentos políticos mais importantes vieram a redução dos impostos corporativos, o investimento em educação e tecnologia e a integração à União Europeia. Essas mudanças impulsionaram o crescimento econômico e consolidaram a Irlanda como um dos países com a economia mais dinâmica do mundo.
Outras alianças externas e tratados são: Membro do Conselho da Europa, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização Mundial do Comércio (OMC). Atualmente, a Irlanda ocupa o segundo lugar na União Europeia em termos de PIB per capita, com 79.300 EUR, muito acima da média da UE (37.600 EUR), representando 3% do PIB total da UE (Fonte: União Europeia).
TIGRE CELTA: a abertura econômica e a transformação da Irlanda
IMAGEM: Tigre Celta (IA Generator)
O grande salto econômico da Irlanda ocorreu entre os anos 1990 e 2000, período que ficou conhecido como “Tigre Celta”. Esse crescimento foi impulsionado por diversos fatores:
Baixos impostos corporativos: a Irlanda adotou uma das menores taxas de impostos da Europa, atraindo gigantes da tecnologia, farmacêutica e finanças.
Investimentos em Educação: o governo investiu fortemente na qualificação da força de trabalho, garantindo mão de obra especializada para empresas multinacionais.
Integração com a União Europeia: a entrada na UE possibilitou acesso a mercados e incentivos econômicos.
Infraestrutura e tecnologia: a modernização da infraestrutura e o incentivo à inovação tecnológica criaram um ambiente propício para startups e gigantes da tecnologia.
Atualmente, a Irlanda abriga sedes de grandes empresas como:
Google: o centro europeu da gigante de tecnologia está em Dublin.
Microsoft: opera um centro de dados em Grange Castle, Dublin, e já planeja expansão para o condado de Kildare, segundo a própria empresa (Fonte: Microsoft).
Pfizer: a gigante farmacêutica possui fábrica em Dublin, um dos maiores centros de produção do mundo.
Meta (Facebook): abriga sua sede europeia na Ilha Esmeralda.
Guinness: o orgulho dos irlandeses, a tradicional cervejaria que é um símbolo do país e uma potência econômica.
Além de empresas como essas gerarem empregos diretos, elas impulsionam uma cadeia produtiva em diversas áreas, fortalecendo o comércio, hotelaria, turismo e muitos outros setores.
Irlanda: um destino atrativo para estudantes e profissionais
O sucesso econômico da Irlanda também a tornou um dos destinos mais procurados por estudantes internacionais e profissionais qualificados. O país oferece uma combinação única de oportunidades de trabalho, qualidade de vida e poder de compra, mesmo para quem está fazendo um intercâmbio com permissão de trabalho em meio período.
Nesse sentido, o intercâmbio na Irlanda tem atraído centenas de estudantes todos os anos. A oportunidade de trabalhar é concedida pelo visto STAMP 2, com permissão para estudantes poderem trabalhar até 20 horas semanais durante o período letivo e 40 horas nas férias.
O Eurostat (serviço de estatística da UE) apontou em um relatório de 2024 que, naquele ano, a Irlanda estava no grupo dos maiores salários da Europa, aqueles com média acima de 1.500 EUR por mês, com Luxemburgo, Países Baixos, Bélgica, Alemanha e França.
Os outros grupos são:
Salário Mínimo entre 1.000 e 1.500 EUR por mês: Espanha, Eslovénia
Salário Mínimo igual ou inferior a 1.000 EUR por mês: Chipre, Polónia, Grécia, Portugal, Malta, Lituânia, Croácia, Estónia, República Checa, Eslováquia, Roménia, Letónia, Hungria, Bulgária.
Em 2025, o salário mínimo na Irlanda é de €13,50 por hora, o que pode resultar em 1.080 EUR por mês para uma jornada de meio período, ou 2.160 EUR para quem trabalha full time. E, não! Não estamos falando do salário de um médico, esse valor por hora trabalhada é o salário mínimo irlandês! SAIBA MAIS: Diferenças do sistema trabalhista na Irlanda e no Brasil: o que esperar do Intercâmbio
Conclusão
A Irlanda passou por uma das maiores crises humanitárias da história, mas aprendeu lições valiosas e soube se reinventar enquanto nação. A abertura econômica, aliada a investimentos estratégicos em tecnologia e educação, transformou o país em uma potência global.
Hoje, além de ser um polo para negócios e inovação, a Irlanda é também um destino acolhedor para intercambistas e profissionais em busca de novas oportunidades.
Se você busca um país desenvolvido para fazer um intercâmbio de excelência, com alta qualidade de vida e oportunidades para trabalhar, a Irlanda é o destino ideal.
A Point Intercâmbios é especialista em Irlanda e já deu suporte a centenas de brasileiros para iniciarem suas jornadas pelo exterior através do intercâmbio na Ilha Esmeralda.